sábado, 28 de janeiro de 2012

Ninguem (cont.)

Ninguem... que me acuda, que me possa dizer o que se passa, o que aconteceu, para desemaranhar os emaranhados que se formam na minha cabeça. Está tudo mudado. Está muito mais quente. As nuvens outrora brancas agora são pretas contrastando com o vermelho do céu. Uma memória estranha vem-me à cabeça. Nunca pensei que... É... Não pode ser... Lembro-me de estar com alguém e ver uma coisa esquisita no céu. Tinha uma forma estranha: meio triângulo meio circunferência, meio quadrado, um complexo de várias figuras geométricas que estava a cair do alto mesmo por cima das nossas cabeças. Começamos a correr feitos doidos pela aldeia, descemos o café, passamos o cruzeiro e a pedreira e agora encontravamo-nos a correr no meio do monte. As árvores eram verdes, até que a pessoa que estava comigo caiu. Eu parei ao lado dela para a levantar mas essa pessoa não quis e mandou-me correr. Eu fiquei na duvida: salvo-a ou fujo, como ela me está a pedir. Eu fugi. De repente, olho para trás e vejo uma estranha criatura a correr atrás de mim. A única coisa que me vem à cabeça é que era muito parecida com a pessoa caída que foi morta por aquela criatura. O meu instinto chamou pela minha capacidade racional e ambas decidiram-se a fazer-me correr, fugir. À minha frente, vê-se uma multidão que se vira para mim e correr em direcção a mim. Havia mais daquelas criaturas esquisitas a trás deles. Estávamos todos encurralados num ponto da estrada onde atrás se encontrava um abismo para um vale. Pressionavam todos para esse ponto onde mais nada podia acontecer de imprevisível. Eu caio... Voltei ao real. Olho à minha volta, procurando esses locais que vi na memória. Podem me dar as respostas que preciso...

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