sábado, 3 de novembro de 2012

O 1º de novembro

Digamos apenas que a minha relação com o dia 1 de novembro é uma caso complexo e concretamente complicado.

Pelo simples facto de ser obrigado a ir ao cemitério, prestar homenagem ao meus antepassados falecidos mas eu penso para mim Eu posso ir lá noutra altura sem estar a população de Gonça inteira a olhar para mim e a perguntarem-se a si proprias porque raio eu ainda não cortei o cabelo.

Mas é assim: 
1. A maior parte das almas terrestres que se lembram de ir ao cemitério no dia 1 tendem a ver o que as outras levam vestido ou quem vem e quem não vem: "Ah, lembrou-se de vir" e comentários do tipo: "Olha esta, ainda está vivo". Comentários super normais num dia onde supostamente estariamos a rezar por aqueles que já não estão entre nós.
2. Odeio ir ao dito sitio pois sei que do meu lado há sempre gente a chorar e , a sério, eu não posso ouvir gente ao meu lado a chorar, atrofianço instatâneo.
3. O melhor de tudo na edição de este ano da "Ida ao cemitério", foi o facto de eu sair muito calmo da minha vida (depois de ter uma conversa com os meus dois avôs enterrados mentalmente) quando ouço a familia da parte da minha mãe a falar de como seria depois de ela (avó materna) já cá não estar. A minha reação, super normal, foi virar costas, dar uma volta e voltar com um sorriso super de fachada a sentir-me quase a explodir pelo facto de estarem já a pensar na morte dela.

Preservem as vossas estadias em casa no dia 1 de novembro!

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